quarta-feira, dezembro 24, 2008

Cantares ao Menino


Na minha Nisa natal, a música anda, à solta, no ar que se respira. Escorre das torres e ameias, que ainda restam da velha fortaleza. Propaga-se pelas ruas medievas. Imunda os largos, as praças e os cantos mais recônditos. Brota em cascata de todas as fontes, que matam a sede aos pontos cardeais da Vila. Acolhe-se à sombra, mais que centenária, do vetusto eucalipto do Rossio. Entra em todas as casas, sem bater à porta. Senta-se a todas as mesas, sem pedir licença e acaba, sempre, por ser alguém com quem nos habituamos a conviver e a andar de braço dado, pela vida fora. Até ao fim. Por isso, a propósito e na sequência de tão benéfico dom, se concluiu já que “ali, de um pau se faz um músico”.
Mesmo, e certamente, sem “a propósito algum”, os parágrafos anteriores vieram só porque, uma vez mais, vão ocorrer, na Cidade, os Cantares ao Menino. Cumprindo aquilo que se tornou num “hábito com força de lei” e numa organização conjunta com o Município, o Coral de São Domingos celebra, na época natalícia, este seu programa.
Em noite sabática de Dezembro, por vezes frio, com temperaturas a rodar as negativas, as vozes quentes do Coral conseguem trazer para a rua dezenas de homens, mulheres e jovens (muitos jovens, sempre) e arrastar, após si, essa pequena multidão, numa caminhada pelas ruas da Cidade, cantando ao Menino - anunciando, em aviso precursor, a vinda de uma noite, por vezes, a mais bela e, quantas vezes, a mais triste noite do ano.
Diz o Livro dos Livros que, nessa noite mítica e longínqua, por sobre os campos de Belém, terra de Judá, onde os pastores vigiavam seus rebanhos, um anjo apareceu e disse-lhes: “Anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo”(Lc 2,10). Cantar é, sempre, a alegria do Povo. Por isso, no silêncio da noite de um Dezembro frio, o brilho irradiante da estela de Belém enche a Cidade entorpecida com aquele calor humano que também dá pelo nome de Solidariedade e que, tantas vezes, se traduz em Canto. A mesma estrela de Belém que acende a lua cheia (de quê?), no tecto de todas as casas, até mesmo daquelas que já não têm ou nunca tiveram tecto. A mesma estrela que estende um rasto de luz por todas as ruas, até mesmo por aquelas onde já ninguém passa. A mesma estrela que continua a semear sonhos em terras ressequidas, até mesmo naquelas que, de tão queimadas, se tornaram estéreis. A mesma estrela que persiste em “Cantar ao Menino”, até mesmo quando milhares de crianças morrem a cada hora, em todas as partes do Mundo.
No silêncio de uma noite silenciosa, quando só o Canto e as Sombras caminham a par de uns quantos, e num gesto que desfia pétalas de um rosário antigo, o Coral de São Domingos devolve, nos seus cantares, uma súplica de Paz, que os homens teimem em não atender; um grito de Humanidade, que os homens porfiam em não ouvir; um preito de Alegria, que as sociedades teimam em fingir que ignoram. Porque a Alegria, a Paz e a Boa Vontade que os anjos cantaram, naquela noite de há muitos anos, foram, apenas, os votos formulados porque, nessa mesma noite, nascera um Menino. Por isso é que há Natal. Não é por mais outro motivo algum. Há Natal porque nasceu um Menino. Há muitos anos e num lugar muito longe, é certo. Mas há Natal, só porque o Menino nasceu. Natal quer dizer Nascimento, ainda que haja quem não saiba, quem se esqueça ou queira ignorar o facto.
Este, afinal, é o grande salmo que o Coral de S. Domingos espalha, pela Cidade, até mesmo quando o silêncio da noite é mais pesado, quando o frio de Dezembro é mais algente, quando Belém, terra de Judá, fica cada vez mais longe de todos nós. Mas o Natal sempre é – e só - o Nascimento do Menino que continua a povoar os sonhos de quem ainda sonha, entre escombros; de quem ainda acredita que a Paz não é uma quimera; de quem ainda não perdeu a fé num mundo novo, renascido, talvez, das cinzas deste que se desmorona, inexoravelmente, só porque os homens se esqueceram de ouvir e, principalmente, de “Cantar ao Menino”.
Para todos, um Bom Natal.

Carlos Tomás Cebola
In O Montemorense, 20/12/2008


domingo, dezembro 14, 2008

Sira e Samuel - Canções de Natal


O Natal chegou ontem ao Musicaolargo na voz da Sira e na viola do Samuel. A noite fria recebeu o calor de uma dúzia de canções alusivas ao momento, muitas da tradição anglo-saxónica, outras com arranjos e adaptações fantásticos que nos fizeram viajar para cidades distantes, com outras paisagens ainda mais friorentas.
Não faltou um chá quentinho, para compensar, com uns pastelinhos de nata de se lhes tirar o chapéu. Houve quem preferisse uma ginjinha. Uma não. Duas.
Casa cheia numa noite que soube a pouco. E o Samuel não cantou? Cantou: um dueto ternurento com a Sira, a fechar este encontro que vai repetir-se quando eles quiserem.


domingo, dezembro 07, 2008

Coral de S. Domingos na Igreja dos Agostinhos


Obras de Nikolay Kedrov, J. Leavitt, Howard Goodhall, Antonio Lotti, Ramiro Real, Juan-Alfonso Garcia, Mário Sampayo Ribeiro, Fernando Lopes-Graça, Henrique VIII e João Luís Nabo encheram de enorme magia o velho templo, em tempos pertencente ao Seminário de Vila Viçosa. A Igreja dos Agostinhos, agora sob administração da Casa de Bragança, organizadora do evento, recebeu o Coral de São Domingos, de Montemor-o-Novo, para um concerto que vai, decerto, ficar muito tempo na memória de quem participou e de quem ouviu. Ainda houve tempo para umas canções de Natal.Ficam as fotos para memória futura.









quarta-feira, novembro 12, 2008

Concerto ao fim da tarde

No passado dia 8, o Coral de São Domingos, de Montemor-o-Novo, recebeu o Coro Renascer Chiado, sob a direcção de Cornélio Vianey da Cruz, para participar no XIV Concerto de Outono. O espectáculo teve lugar na Igreja da Misericórdia da nossa cidade e contou com os aplausos entusiastas de numeroso público. Depois do recital, os elementos de ambos os grupos voltaram a encontrar-se, desta vez, à mesa, onde puderam apreciar os sabores de Outono que vêm sempre a calhar depois de um fim de tarde de boa música. Esteve presente o maestro e compositor timorense Simão Barreto, autor do repertório interpretado pelo coro convidado.


segunda-feira, novembro 03, 2008

domingo, novembro 02, 2008

Homenagem a Filipe e Constança Sousa



Filipe de Sousa foi o primeiro Presidente da Direcção do Coral de São Domingos, cargo que exerceu entre 1990 e 2000. Depois de quase 22 anos como cantores, Filipe e Constança Sousa quiseram dar o seu lugar de coralistas aos mais novos. No dia 1 de Novembro, o Coral organizou um almoço-surpresa ao casal que, com muita emoção, ouviu palavras de agradecimento e amizade por parte da actual Presidente, do Maestro e dos muitos Coralistas que se associaram à homenagem.

terça-feira, outubro 28, 2008

Vera, Fatucha, Adriano (e Jorge) no Músicaolargo

As cordas das violas do Jorge e do Adriano acompanharam as cordas das gargantas de ouro da Vera e da Fatucha. O Paulo Serôdio, acabado de chegar e prestes a partir, também mostrou com quantas cordas se faz uma voz. Foi um serão de estrondo. Começou cedo e acabou tarde. Mais de meia centena de amigos aplaudiu os e as artistas. Bebeu-se, comeu-se, falou-se, cantou-se e combinou-se novo encontro. Depois avisamos.
As fotos do Jorge Saiote mostram apenas uma (pequena) parte das emoções!


domingo, outubro 12, 2008

Musicaolargo já reabriu
















Depois do Concerto Breve (e informal) na Igreja da Misericórdia, pelo Coral de São Domingos, as portas do n.º 19 do Largo da Matriz voltaram a abrir-se para receber coralistas e amigos. Terminado o período de férias, a sede do Coral prepara-se agora para receber novas iniciativas. Contamos consigo!





sexta-feira, setembro 26, 2008

S. Domingos e Saramago


A Fundação José Saramago "inaugurou" recentemente o Blogue do Nobel da literatura, anunciando o lançamento do próximo romance do escritor. Fernando Lopes-Graça, músico, compositor e maestro, falecido em Novembro de 1994, foi o autor escolhido para a companhar a leitura do texto da mulher de Saramago sobre A Viagem do Elefante.

Acordai, uma das canções heróicas interpretada pela grande maioria dos coros portugueses, foi a peça seleccionada pela Fundação e ali está, cantada pelo Coral de São Domingos que fica assim ligado a duas das figuras cimeiras da cultura portuguesa. Obrigado pelo privilégio.

quinta-feira, julho 17, 2008

XV Encontro de Coros da Cidade de Montemor

O Coral de São Domingos encerrou a temporada de concertos com o XV Encontro de Coros da Cidade de Montemor, que contou com a participação do Orfeão de Estremoz Tomás Alcaide (dir. de Edgar Saramago) e do Orfeão de Barrô (dir. Sérgio Brito). As fotos do concerto são do António Pedro Barreiros (GDI) e do Jorge Saiote (CSD).


domingo, julho 13, 2008

Coral de São Domingos numa compilação Norte-Americana


J. B. Coats é o autor de um espiritual interpretado pelo Coral de São Domingos durante um longo período e que se encontra gravado num dos seus trabalhos discográficos. Danny Coats, neto do compositor, fez uma pesquisa e compilou num CD as obras que descobriu compostas pelo avô. Lá está o Sing Aleleluia and Amen, uma das canções que foi imagem de marca do Coral há uns bons anos.

domingo, junho 29, 2008

XV Encontro de Coros da Cidade de Montemor



Sábado, 12 de Julho, 18.00, na Igreja do Convento de São Domingos, com Coral de São Domingos, Orfeão de Estremoz Tomás Alcaide e Orfeão de Barrô (Águeda).



terça-feira, maio 13, 2008

Concerto com S. Pedro de Aradas (Aveiro)



O Coral de São Domingos deslocou-se no passado dia 10 de Maio à freguesia de Aradas (Aveiro) onde participou no concerto comemorativo do 11.º Aniversário do Coro de São de Pedro de Aradas. O espectáculo teve lugar no Centro Cívico daquela localidade e terminou com o habitual convívio entre os coralistas dos dois grupos. Os montemorenses apresentaram um conjunto de obras variadas: peças do Renascimento, canções tradicionais portuguesas, espirituais negros e música sacra contemporânea.
No próximo dia 22 de Maio, vão até ao Montijo para mais um concerto, desta vez com o Grupo Coral do Montijo que vai comemorar o seu quarto ano de existência.

terça-feira, maio 06, 2008

Inês Villa-Lobos - Fado ao Largo


Tó Laboreiro e Filipe Vaz da Silva acompanharam à viola e guitarra, respectivamente, a fadista montemorense Inês Villa-Lobos, pela segunda vez na sede do Coral de São Domingos. O Músicaolargo voltou a encher-se de amigos, amantes do fado e do... caldo verde e do bom tinto com linguiça assada.
A Inês esteve melhor do que nunca e prometeu voltar. Cá a esperamos.
Uma nota especial: A Márcia Ewald e o Fernando Morais, do coral brasileiro que nos visitou há dois anos, estiveram cá com uns amigos e deixaram um abraço para todos.

domingo, abril 27, 2008

Canções de Abril



Canções de Abril foi uma homenagem à Revolução dos Cravos de 1974 e à música que dela brotou . Canções de Abril foi um encontro de velhos e novos amigos no Músicaolargo, que ouviram durante duas horas o Adriano Serônio na (discreta) viola a acompanhar a voz (doce e serena) da Vera Guita, em estreia absoluta como cantora de piano-bar. O Paulo Serôdio participou na Senhora do Almurtão e foi, como se adivinhava, outro sucesso.

domingo, abril 20, 2008

Jazz no Músicaolargo

Mais uma noite de jazz com o o António Xavier e os Rapazes da Forja. Em breve vamos ter por aí um novo CD . Fiquem-se com as fotos.


segunda-feira, abril 07, 2008

21.º Aniversário do Coral de São Domingos

Comemorámos, no dia 5, o nosso 21.º aniversário com um concerto na Igreja da Misericórdia e contámos com a participação do Coral Stella Maris, de Peniche. O público acorreu em grande número. Após as canções, foi altura para alguns bons momentos de convívio no Músicaolargo. Vejam as fotos do Zé Bexiga, do Adriano Serôdio e do Manuel Roque.


quarta-feira, abril 02, 2008

Pedro Gama entrevista maestro para Notícias de Montemor

É caso para dizer: "Tenho 21 a caminhar para os 25". Ainda ontem o Coral de S. Domingos estava a comemorar 20 anos, com pompa e circunstância e já passou mais um ano. Mais um ano de sucesso, pelo país e pelo mundo. O Coral de S. Domingos é de Montemor em Portugal e de Portugal no mundo. Pelo menos é o que João Luís Nabo, maestro, desde a primeira hora, deste grupo de cantores e amigos, afirma. Em 21 anos recorda dois momentos de maior dor, como a perda de dois coralistas pela sua morte. Enquanto maestro mostra-se, cada vez mais motivado para continuar à frente deste Coral. Entrevista de NdM a João Luís Nabo, a poucos dias dos 21 anos... e os 25 já estão a ser preparados com uma festa... de "arromba".


NOTÍCIAS DE MONTEMOR (NdM)O tempo não pára. Ainda há tão pouco tempo celebrámos os vinte anos e já passou um ano. Para quem está, desde o primeiro dia, neste projecto, o tempo sente-se passar desta forma rápida?
JOÃO LUÍS NABO (JLN) -O tempo passou muito depressa. Talvez porque o Coral de São Domingos tenha tido sempre muito que fazer, isso leva-nos a acreditar que o tempo vá passando sem darmos por isso. De facto, já lá vão vinte e um anos desde o nosso primeiro ensaio, no Convento de São Domingos (em Janeiro de 1987) e, quando olhamos para trás, temos a sensação de que começámos no ano passado.

NdM-O Coral de São Domingos já deixou de ser um projecto local para se transformar num nome nacional. Sentem a responsabilidade de quem representa um país?

JLN-O Coral de São Domingos nunca foi um projecto. Foi sempre um coro, independentemente das dificuldades iniciais. Um coro que sabia o que queria e até onde queria ir. E fez este percurso com cuidado, sem nunca ter dado “o passo maior do que perna”. E o sentido de responsabilidade foi sempre o mesmo desde o início: o nosso objectivo foi sempre fazer o melhor que as nossas capacidades nos permitiam. Como coro amador, temos consciência de que temos feito um percurso muito razoável, graças, naturalmente, ao empenho de todos nós. Quando nos deslocamos dentro do território nacional, somos identificados com Montemor-o-Novo e, quando vamos ao estrangeiro, somos, para além de naturais da nossa cidade, identificados com Portugal. A responsabilidade é, pois, proporcional ao evento e ao local onde decorre. No entanto, o nosso empenho é sempre o mesmo, porque, mais do que prestar um bom serviço à nossa cidade ou ao nosso país, queremos prestar um bom serviço à música. Quem nos tem ouvido e conheça a forma como nos temos relacionado com o universo da música coral, nacional e europeia, julgará aquilo que entender. Devo confessar que a nossa consciência está tranquila em relação a essa questão.

NdM-Muitas serão as histórias vividas ao longo destes anos. Quais são aquelas que guarda com mais presença na sua lembrança?

JLN-Por estranho que pareça, guardo na memória dois momentos de grande mágoa para mim, pessoalmente, e para o Coral de São Domingos: o falecimento de dois coralistas, que, praticamente desde o início, tinham contribuído com a sua voz e com a sua generosidade para a construção da nossa história. Primeiro, a Justiana Salgueiro e, depois, o Celestino António, despediram-se da vida, deixando-nos inconsoláveis. Não há um concerto em que não nos lembremos que também eles podiam estar ali connosco. Mas, não temos outra alternativa senão aceitar.
As outras memórias são de amizade, camaradagem, laços fortes que nos unem (o descobrir, no Coral, amigos inesquecíveis e insubstituíveis) e que são o sal que um conjunto deste tipo precisa: confiança uns nos outros, respeito pelas capacidades de cada um e uma grande paixão pelo Coral e por Montemor.

NdM-Há uma ideia que passa, para quem está do lado de fora, que é a de que o Coral de São Domingos só mantém esta qualidade por causa de muito trabalho. Um trabalho que, com o passar dos tempos, parece não esmorecer. Há muito suor neste trabalho, não é?

JLN-Sem dúvida que não basta ter talento para cantar ou para trabalhar em qualquer outra área artística. A técnica e o trabalho de mais de duas décadas que procuramos manter semanalmente, com a mesma genica e rigor, desde o princípio, é o principal “truque” para manter o Coral vivo e com dignidade. Aquele que disse que uma obra de arte é produto de 10 por cento de inspiração e 90 por cento de transpiração, era artista, de certeza e, por isso, sabia bem o que estava a dizer. Há esforço, trabalho, família “abandonada”, fins-de-semana sacrificados, em prol de uma instituição que já faz parte, segundo ouço para aí dizer, da história cultural do concelho.

NdM-Já estão a pensar na comemoração dos 25 anos?

JLN-Já começámos a esboçar alguns projectos. Posso adiantar, ainda sem compromisso, que está prevista a edição da biografia do Coral de São Domingos e poderemos, provavelmente, concretizar a gravação do nosso 4.º CD, para além estarmos a pensar na realização de um espectáculo de arromba.

NdM-Um desejo para o futuro?

JLN-O único desejo que tenho neste momento, e que abarca todos os que possam imaginar, é que o Coral de São Domingos continue a fazer-se ouvir, em Portugal e no Mundo, independentemente de quem lá cantar ou de quem o dirigir. Não precisamos de nomes de ruas, nem de estátuas, nem de medalhas. Para haver concertos, basta haver quem cante e haver quem ouça. Por isso, queremos continuar a ter público, para podermos continuar vivos e de boa saúde e continuarmos a fazer aquilo que gostamos de fazer: cantar. Tenho ainda outro desejo: gostava que aqueles que ensinam nas escolas da minha cidade e do meu concelho, e que falam de Arte nas suas aulas, não se esqueçam que, em Montemor, há manifestações artísticas quase semanalmente (pintura, escultura, teatro, cinema, literatura, fotografia, música) e que, se é importante falar teoricamente das manifestações artísticas de grandes músicos, escritores ou pintores, imprescindível e coerente será pegarem nos alunos e irem com eles até aos locais onde se faz essa cultura, ao vivo e a cores. E nem precisam de sair de Montemor…

NdM-Por fim, uma pergunta pessoal: o maestro João Luís Nabo continua com a mesma motivação, depois de tantos anos?

JLN-Com mais motivação, ainda. Porque, depois de todos estes anos, quanto mais coros conhecemos, quanto mais partituras e compositores estudamos, mais coisas extraordinárias acabamos por descobrir e isso dá-nos cada vez mais entusiasmo para estarmos sempre em cima dos acontecimentos e com vontade de aprender sempre mais e melhor. Sabemos todos muito mais do que sabíamos há duas décadas, logo o interesse pelo Coral e pelo trabalho a fazer aumenta todos os dias. Para além disso, temos uma certa obrigação para com o público que nos viu crescer e que nos continua a acompanhar. O público também ficou mais exigente com o passar dos anos, porque também ele aprendeu que é sempre possível fazer melhor. E, a acrescentar a tudo isto, acreditamos cada vez mais que amadorismo não é, forçosamente, sinónimo de falta de qualidade. Muitíssimo pelo contrário. Podemos ser profissionalmente amadores. E Montemor é um espaço onde tem sido fácil provar isso, em qualquer vertente artística. O Coral de São Domingos está muito bem acompanhado. Felizmente. Contudo, muito longo é ainda o caminho a percorrer.
Entrevista "copiada" daqui, com a devida vénia:

sábado, março 29, 2008

Magia com António Espanhol

O ilusionista ANTÓNIO ESPANHOL esteve ontem no Músicaolargo e maravilhou o público com um surpreendente espectáculo de magia. Aqui ficam as imagens.


domingo, março 23, 2008

À conversa com... Pedro Coelho



O Ciclo À CONVERSA COM… teve início no Sábado, dia 22 de Março, com o jornalista Pedro Coelho, editor executivo da SIC, SIC Notícias e SIC on-line e autor de algumas reportagens líderes de audiência naquele canal de televisão. O jornalista, premiado por diversas vezes, natural de Montemor, onde regressa quase todos os fins-de-semana, respondeu às muitas questões que lhe colocaram sobre a sua profissão, sobretudo sobre o papel e o futuro do jornalismo (e dos jornalistas) no nosso país.
Se, por qualquer motivo, perdeu este serão… pois, garanto-lhe que é irrepetível.

domingo, março 16, 2008

João Alface revisitado






A saudade leva-nos a estes encontros. A palavra foi o pretexto para, no dia 15, falar do João Alface. Ou teria sido o João Alface o pretexto para falar da palavra? Não importa, porque ele também não se importaria. Foi uma tarde de memórias, de música e de literatura. Um ano depois da sua morte, o Theatron organizou e outros amigos juntaram-se a eles, na Carlista, para este momento especialíssimo que foi uma visita ao futuro e uma festa à vida. Porque há homens que quanto mais longe… mais perto.



As fotos são do João Carlos Bravo

A Voz e a Viola de João Macedo no Músicaolargo



O Músicaolargo voltou a encher-se no dia 15. A voz e a viola de João Macedo foram o pretexto para mais um serão musical. O reportório, à base de baladas, cativou os amigos que comentavam, sem qualquer cuidado, que a música do João... estava cada vez melhor. A última canção foi um original do cantor, escrito sobre um poema de Fátima Casa Branca.

sábado, março 08, 2008

Música e Poesia no Feminino

Foi a noite mais feminina de todas as noites passadas no Músciaolargo. O espaço encheu-se de mulheres, estrelas principais e únicas deste pequeno encontro. Os textos lidos por Vítor Guita, Vera Guita e Dino Samina, articulados com as canções de Samuel, avivaram-nos a memória em viagens ao passado e ao futuro e prolongaram-se pela noite, fazendo deste serão um hino às mulheres da nossa vida. Passaram por ali as nossas mães, as nossas filhas, as nossas mulheres, as nossas irmãs, as nossa amigas… as nossas sogras.
Cinco Amigos bastaram para tornar a feminina noite ainda mais mulher: o Samuel, o Vítor, a Vera, o Dino e o Carlos Olivença, na assistência técnica. Quem disse que é complicado montar um espectáculo de qualidade?



domingo, janeiro 20, 2008

Café Com Livros


No Sábado, dia 19, passaram pelo Músicaolargo textos de Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, Terry Deary, João Rêgo, James Finn Garner, Marina Colasanti, Nicholas Sparks, Boris Vian e Mário Zambujal.




Foi o prazer da leitura depois de um café.




Vai haver mais.

(As fotos foram do J. Luís e do Zé Bexiga)