domingo, abril 27, 2008

Canções de Abril



Canções de Abril foi uma homenagem à Revolução dos Cravos de 1974 e à música que dela brotou . Canções de Abril foi um encontro de velhos e novos amigos no Músicaolargo, que ouviram durante duas horas o Adriano Serônio na (discreta) viola a acompanhar a voz (doce e serena) da Vera Guita, em estreia absoluta como cantora de piano-bar. O Paulo Serôdio participou na Senhora do Almurtão e foi, como se adivinhava, outro sucesso.

domingo, abril 20, 2008

Jazz no Músicaolargo

Mais uma noite de jazz com o o António Xavier e os Rapazes da Forja. Em breve vamos ter por aí um novo CD . Fiquem-se com as fotos.


segunda-feira, abril 07, 2008

21.º Aniversário do Coral de São Domingos

Comemorámos, no dia 5, o nosso 21.º aniversário com um concerto na Igreja da Misericórdia e contámos com a participação do Coral Stella Maris, de Peniche. O público acorreu em grande número. Após as canções, foi altura para alguns bons momentos de convívio no Músicaolargo. Vejam as fotos do Zé Bexiga, do Adriano Serôdio e do Manuel Roque.


quarta-feira, abril 02, 2008

Pedro Gama entrevista maestro para Notícias de Montemor

É caso para dizer: "Tenho 21 a caminhar para os 25". Ainda ontem o Coral de S. Domingos estava a comemorar 20 anos, com pompa e circunstância e já passou mais um ano. Mais um ano de sucesso, pelo país e pelo mundo. O Coral de S. Domingos é de Montemor em Portugal e de Portugal no mundo. Pelo menos é o que João Luís Nabo, maestro, desde a primeira hora, deste grupo de cantores e amigos, afirma. Em 21 anos recorda dois momentos de maior dor, como a perda de dois coralistas pela sua morte. Enquanto maestro mostra-se, cada vez mais motivado para continuar à frente deste Coral. Entrevista de NdM a João Luís Nabo, a poucos dias dos 21 anos... e os 25 já estão a ser preparados com uma festa... de "arromba".


NOTÍCIAS DE MONTEMOR (NdM)O tempo não pára. Ainda há tão pouco tempo celebrámos os vinte anos e já passou um ano. Para quem está, desde o primeiro dia, neste projecto, o tempo sente-se passar desta forma rápida?
JOÃO LUÍS NABO (JLN) -O tempo passou muito depressa. Talvez porque o Coral de São Domingos tenha tido sempre muito que fazer, isso leva-nos a acreditar que o tempo vá passando sem darmos por isso. De facto, já lá vão vinte e um anos desde o nosso primeiro ensaio, no Convento de São Domingos (em Janeiro de 1987) e, quando olhamos para trás, temos a sensação de que começámos no ano passado.

NdM-O Coral de São Domingos já deixou de ser um projecto local para se transformar num nome nacional. Sentem a responsabilidade de quem representa um país?

JLN-O Coral de São Domingos nunca foi um projecto. Foi sempre um coro, independentemente das dificuldades iniciais. Um coro que sabia o que queria e até onde queria ir. E fez este percurso com cuidado, sem nunca ter dado “o passo maior do que perna”. E o sentido de responsabilidade foi sempre o mesmo desde o início: o nosso objectivo foi sempre fazer o melhor que as nossas capacidades nos permitiam. Como coro amador, temos consciência de que temos feito um percurso muito razoável, graças, naturalmente, ao empenho de todos nós. Quando nos deslocamos dentro do território nacional, somos identificados com Montemor-o-Novo e, quando vamos ao estrangeiro, somos, para além de naturais da nossa cidade, identificados com Portugal. A responsabilidade é, pois, proporcional ao evento e ao local onde decorre. No entanto, o nosso empenho é sempre o mesmo, porque, mais do que prestar um bom serviço à nossa cidade ou ao nosso país, queremos prestar um bom serviço à música. Quem nos tem ouvido e conheça a forma como nos temos relacionado com o universo da música coral, nacional e europeia, julgará aquilo que entender. Devo confessar que a nossa consciência está tranquila em relação a essa questão.

NdM-Muitas serão as histórias vividas ao longo destes anos. Quais são aquelas que guarda com mais presença na sua lembrança?

JLN-Por estranho que pareça, guardo na memória dois momentos de grande mágoa para mim, pessoalmente, e para o Coral de São Domingos: o falecimento de dois coralistas, que, praticamente desde o início, tinham contribuído com a sua voz e com a sua generosidade para a construção da nossa história. Primeiro, a Justiana Salgueiro e, depois, o Celestino António, despediram-se da vida, deixando-nos inconsoláveis. Não há um concerto em que não nos lembremos que também eles podiam estar ali connosco. Mas, não temos outra alternativa senão aceitar.
As outras memórias são de amizade, camaradagem, laços fortes que nos unem (o descobrir, no Coral, amigos inesquecíveis e insubstituíveis) e que são o sal que um conjunto deste tipo precisa: confiança uns nos outros, respeito pelas capacidades de cada um e uma grande paixão pelo Coral e por Montemor.

NdM-Há uma ideia que passa, para quem está do lado de fora, que é a de que o Coral de São Domingos só mantém esta qualidade por causa de muito trabalho. Um trabalho que, com o passar dos tempos, parece não esmorecer. Há muito suor neste trabalho, não é?

JLN-Sem dúvida que não basta ter talento para cantar ou para trabalhar em qualquer outra área artística. A técnica e o trabalho de mais de duas décadas que procuramos manter semanalmente, com a mesma genica e rigor, desde o princípio, é o principal “truque” para manter o Coral vivo e com dignidade. Aquele que disse que uma obra de arte é produto de 10 por cento de inspiração e 90 por cento de transpiração, era artista, de certeza e, por isso, sabia bem o que estava a dizer. Há esforço, trabalho, família “abandonada”, fins-de-semana sacrificados, em prol de uma instituição que já faz parte, segundo ouço para aí dizer, da história cultural do concelho.

NdM-Já estão a pensar na comemoração dos 25 anos?

JLN-Já começámos a esboçar alguns projectos. Posso adiantar, ainda sem compromisso, que está prevista a edição da biografia do Coral de São Domingos e poderemos, provavelmente, concretizar a gravação do nosso 4.º CD, para além estarmos a pensar na realização de um espectáculo de arromba.

NdM-Um desejo para o futuro?

JLN-O único desejo que tenho neste momento, e que abarca todos os que possam imaginar, é que o Coral de São Domingos continue a fazer-se ouvir, em Portugal e no Mundo, independentemente de quem lá cantar ou de quem o dirigir. Não precisamos de nomes de ruas, nem de estátuas, nem de medalhas. Para haver concertos, basta haver quem cante e haver quem ouça. Por isso, queremos continuar a ter público, para podermos continuar vivos e de boa saúde e continuarmos a fazer aquilo que gostamos de fazer: cantar. Tenho ainda outro desejo: gostava que aqueles que ensinam nas escolas da minha cidade e do meu concelho, e que falam de Arte nas suas aulas, não se esqueçam que, em Montemor, há manifestações artísticas quase semanalmente (pintura, escultura, teatro, cinema, literatura, fotografia, música) e que, se é importante falar teoricamente das manifestações artísticas de grandes músicos, escritores ou pintores, imprescindível e coerente será pegarem nos alunos e irem com eles até aos locais onde se faz essa cultura, ao vivo e a cores. E nem precisam de sair de Montemor…

NdM-Por fim, uma pergunta pessoal: o maestro João Luís Nabo continua com a mesma motivação, depois de tantos anos?

JLN-Com mais motivação, ainda. Porque, depois de todos estes anos, quanto mais coros conhecemos, quanto mais partituras e compositores estudamos, mais coisas extraordinárias acabamos por descobrir e isso dá-nos cada vez mais entusiasmo para estarmos sempre em cima dos acontecimentos e com vontade de aprender sempre mais e melhor. Sabemos todos muito mais do que sabíamos há duas décadas, logo o interesse pelo Coral e pelo trabalho a fazer aumenta todos os dias. Para além disso, temos uma certa obrigação para com o público que nos viu crescer e que nos continua a acompanhar. O público também ficou mais exigente com o passar dos anos, porque também ele aprendeu que é sempre possível fazer melhor. E, a acrescentar a tudo isto, acreditamos cada vez mais que amadorismo não é, forçosamente, sinónimo de falta de qualidade. Muitíssimo pelo contrário. Podemos ser profissionalmente amadores. E Montemor é um espaço onde tem sido fácil provar isso, em qualquer vertente artística. O Coral de São Domingos está muito bem acompanhado. Felizmente. Contudo, muito longo é ainda o caminho a percorrer.
Entrevista "copiada" daqui, com a devida vénia: